Elasticidade

Elasticidade é um fundamento econômico que divide os produtos em dois grupos, os elásticos e os inelásticos. Essa separação é definida de acordo com a variação na demanda devido a alterações no preço. No primeiro deles, os produtos são sensíveis a variações no preço, pois são facilmente substituídos por outros, ou seja, ao aumentar o preço deles, a demanda deve diminuir. Já os inelásticos são aqueles que, mesmo com uma variação no preço, são pouco suscetíveis à queda na sua demanda. Diante dessa introdução, existem alguns fatores principais que afetam a elasticidade dos bens na economia: existência de bens substitutos, a essencialidade, o horizonte e a participação no orçamento.

Diante dessa introdução, existem alguns fatores principais que afetam a elasticidade dos bens na economia: a existência de bens substitutos, a essencialidade, o horizonte de tempo e a participação no orçamento. O primeiro critério apresentado indica a elasticidade do produto de acordo com sua capacidade de ser substituído em caso de aumento de preço. Portanto, se um item possui diversas ou ao menos uma alternativa para substituí-lo, ele se classifica como elástico. Se não houver tal capacidade de substituição, é inelástico.

A essencialidade de um produto é outro fator determinante para classificar a elasticidade. Um produto que o consumidor considera indispensável na sua rotina, ainda mais se não houver substitutos, torna-se extremamente inelástico. Enquanto isso, produtos que não são cruciais para a sobrevivência do ser humano, mesmo que não haja substitutos, seguem sendo elásticos, pois podem simplesmente deixar de ser comprados. Em sequência, o horizonte também é um critério com grande impacto na elasticidade de um produto, podendo fazer com que alguns sejam inelásticos em um curto período, mas elásticos em um prazo mais longo. Isso ocorre porque, com o tempo, o consumidor passa a ter mais alternativas para substituir um bem que encareceu, uma vez que as pessoas começam a pensar em soluções. Ou seja, sua elasticidade tende a aumentar. Um exemplo é o preço da gasolina, que no curto prazo é um bem inelástico, mas que no longo prazo torna-se elástico, já que as pessoas podem substitui-la por carros que usam álcool, diesel ou até mesmo veículos elétricos.

Por fim, o último fator determinante sobre a elasticidade de um produto é sua participação no orçamento. Por exemplo, se o preço do sal dobrar em determinado momento, é esperada uma baixa diminuição na demanda, pois o valor representa pouco no orçamento total do consumidor (REIS, 2018). Em contrapartida, se o mesmo aumento ocorrer no aluguel, a tendência é que haja uma queda brusca na demanda, pois, diferentemente do sal, tende a representar uma parcela considerável do orçamento do indivíduo.

Sendo assim, o conceito de elasticidade é extremamente valioso para que o dono de um negócio saiba estabelecer e encontrar o ponto de compensação entre aumento de preço e diminuição de vendas. Todos os produtos sofrem diminuição de vendas com aumento de preços, mas os inelásticos têm maior margem para este aumento, sendo isso o grande fator influenciador na decisão do produtor.

Na prática, temos uma pesquisa durante a pandemia, uma das maiores crises sanitárias do mundo. Nesta pesquisa, realizada no ano de 2020, os entrevistados tinham como objetivo responder a intenção de consumo no ano de 2021, pós-pandemia. Podemos conferir as respostas abaixo:

Figura 1: Pesquisa na pandemia sobre intenção de consumo no ano de 2021, pós-pandemia.
Fonte: Portal da Indústria, 2020.

Para produtos como móveis e artigos de decoração, bebidas alcoólicas e artigos esportivos, há um grande volume de respostas “pretendo consumir menos”, considerando que esses produtos são necessários, mas não essenciais, e deixam de ser prioridade de consumo durante e após uma crise (ou alteração de preço). Alimentos de supermercado e produtos de higiene pessoal acabam recebendo uma maior quantidade de respostas em “pretendo consumir da mesma forma”, já que são essenciais para a sociedade contemporânea, e o consumo não diminui como ocorre com itens não essenciais, mesmo em meio a uma crise.

Esses produtos, cuja demanda não sofre grande variação no consumo diante de uma crise ou de um grande aumento de preços, são chamados de inelásticos. Já os produtos elásticos, por sua vez, sofrem grande variação no consumo nas mesmas condições.

Um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que houve queda do consumo de bens e serviços relacionados à saúde durante o período da pandemia por Covid-19. O estudo aponta que houve aumento do segmento na participação do PIB (Produto Interno Bruto), de 9,6% em 2019 para 10,1% em 2020, especialmente pelo aumento nos preços de produtos como medicamentos e em serviços de saúde.” (NOTÍCIAS R7, 2024).

Segundo o levantamento do IBGE mencionado, mesmo com o aumento de preços e a queda no consumo de bens e serviços relacionados à saúde em 2020, a arrecadação do setor, em vez de diminuir, acabou aumentando. Isso ocorre devido à inelasticidade da demanda: mesmo com o aumento de preços, a população prefere cortar outros gastos e continuar utilizando recursos para serviços de saúde, por serem essenciais.

Mesmo presente em 73% dos lares brasileiros no primeiro semestre deste ano, durante a pandemia do coronavírus, mantendo o patamar de penetração registrado no mesmo período do ano passado, o chocolate foi menos consumido pelos brasileiros. A queda no volume médio foi de 11,8% (3,8 kg por lar).” (GLOBO RURAL, 2020).

Conforme a notícia do Globo Rural, baseado na pesquisa realizada pelo Instituto Kantar sob encomenda da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) o consumo de chocolate diminuiu significativamente durante a pandemia. Uma explicação para o fato se dá pelo corte de gastos em adquirir o produto, comprando outros produtos essenciais que subiram de preço conforme a crise. Este, então, é um exemplo de um produto elástico, onde um aumento no preço pode ocasionar em um corte de consumo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GLOBO RURAL. Consumo de chocolate caiu 12% no Brasil durante pandemia, aponta pesquisa. 2020. Disponível em: https://globorural.globo.com/Noticias/noticia/2020/09/consumo-de-chocolate-caiu-12-no-brasil-durante-pandemia-aponta-pesquisa.html. Acesso em: 14 abr. 2025;

PORTAL DA INDÚSTRIA. Mais de um terço da população quer consumir menos em 2021. 2024. Disponível em: https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/economia/mais-de-um-terco-da-populacao-quer-consumir-menos-em-2021/. Acesso em: 14 abr. 2025;

R7. Levantamento revela queda no consumo de bens e serviços de saúde durante a pandemia. 2024. Disponível em: https://noticias.r7.com/economia/levantamento-revela-queda-no-consumo-de-bens-e-servicos-de-saude-durante-a-pandemia-05042024/. Acesso em: 14 abr. 2025;

REIS. Elasticidade: o que é e como analisar esse aspecto econômico? 2018. Disponível em: https://www.suno.com.br/artigos/elasticidade/. Acesso em: 14 abr. 2025.